quinta-feira, 24 de junho de 2010

Igrejas de fachada


Postado pelo "Tempos de Deus", Um ministério de Amor.

Hoje fui privilegiado com a incumbência de conduzir minha filha a um local para a realização de exames para a preparação do parto da filhinha dela. Privilegiado porque gosto demais de cuidar de meus filhos (mesmo que já sejam adultos) e, também, porque fui presenteado por Deus com uma parábola viva do que acontece em muitas igrejas ditas evangélicas e, particularmente, batistas, de hoje.

O local onde a empresa de exames de ultra-sonografia estava instalada em um magnífico local da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, em um prédio magnífico em aparência e conforto. Acomodações amplas, com acabamentos de excelente qualidade, funcionários perfeitamente uniformizados, educados, belíssimos e confortáveis bancos de espera etc. Tudo muito lindo e atraente.

Mas, que surpresa! Os exames não estavam sendo entregues no mesmo dia, porque os equipamentos estavam com defeito, não funcionavam. Simples impressoras não funcionavam, pois estavam sem manutenção. Além disso, não havia técnicos para a realização de exames e quem realizava os exames eram as próprias atendentes. Ao que parece as pessoas são atraídas àquele local somente por causa da aparência e do marketing. Aquilo tudo é somente uma grande armadilha para atrair incautos e fazer muito dinheiro. Uma belíssima máquina de fazer dinheiro.

Fiquei a pensar em como as igrejas estão assumindo a mesma tendência. Há um frenesi em se construir templos maravilhosos, atraentes, confortabilíssimos, espaçosos, mas a igreja mesmo, na sua essência, não funciona para realizar a sua função. Pregadores não funcionam ou funcionam mal, porque não pregam a Palavra de Deus ou pregam mal, com adaptações que podemos chamar de verdadeiros “gatilhos”. Professores de Escola Bíblica Dominical também não funcionam. Não levam a sério suas funções, ou ensinam mal em suas classes. A música nem se fala: está cheia de defeitos, completamente fora dos propósitos de uma igreja. A santificação parou de vez. Já foi colocada de lado, virou sucata. Oração é algo que está esquecida dentro de um armário e foi substituída por arremedos de jejum que mais são zombarias de Deus do que manifestações de aflição da alma. O jejum só funciona na parte da manhã, da hora do café até a hora do almoço. O amor fraternal foi substituído pelo assistencialismo incentivado por aqueles que querem assumir uma posição mais confortável financeiramente na sociedade, que serve de trampolim para uma candidatura, ou para a criação de alguma ONG da qual se pretende auferir grandes lucros. E por aí vai.

Mas, e o resultado final? Qual será? Daquela empresa saem pessoas com exames esdrúxulos, que não dizem nada com nada, cheios de defeitos e que acabam expondo pessoas a resultados com prejuízos de saúde incalculável. Mas as pessoas saem felizes. Foram atendidas em uma clínica de luxo, na Barra da Tijuca, com atendentes de fala mansa e bem uniformizadas. Fizeram suas necessidades em banheiros lindíssimos. Foi um grande momentos em suas vidas. Passou, mas foi bom… É o que talvez saiam pensando.

Das igrejas, qual será? As pessoas saem extasiadas com as magníficas acomodações. Pareciam até que estavam em um cinema ou teatro de luxo. Ouviram palavras que não disseram muita coisa, mas saíram da boca de pessoas que massagearam os seus egos, que os fizeram sentir vitoriosos por alguns momentos. Beberam água em bebedouros de luxo, tomaram cafezinho de graça, deram vazão aos seus sentimentos de euforia… Mas, e daí? O que ficou para a eternidade? Ora, não ficou nada. Mas, quem se importa com isso? O que importa é viver o momento.

Estas igrejas irão pagar bem caro com a falência que um dia será decretada por Cristo, quando lhes disser: Estão vomitadas da minha boca.



Pr. Dinelcir de Souza Lima
Pastor da Igreja Batista Memorial de Bangu
Membro da OBBH

Extraído: ADIBERJ